Viver Bem
28 de outubro de 2020
Câncer de Mama e a Saúde Mental
Câncer de Mama e a Saúde Mental

O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Apesar dos dados alarmantes, sua ocorrência é relativamente rara antes dos 35 anos e nem todo tumor é maligno – a maioria dos nódulos detectados na mama é benigna. Além disso, quando diagnosticado e tratado na fase inicial da doença, as chances de cura chegam a 95%.

Sintomas

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio de alguns sinais e sintomas. A principal manifestação da doença é o nódulo, fixo e geralmente indolor.

O nódulo está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Outros sinais são: pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço; e saída de líquido anormal das mamas. Esses sintomas devem sempre ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama.

Câncer e a saúde mental

Após receber a notícia de um diagnóstico de algum tipo de câncer, é normal que haja algum impacto emocional, a ajuda de um psicólogo nesse momento é importante pois tudo o que ocorre em nosso corpo, pode afetar nosso estado emocional, e tudo que afeta nossas emoções, pode também afetar nosso corpo.

É importante entendermos, que além do peso do diagnóstico, a vivência do tratamento, as perdas vividas durante esse processo e os diversos sintomas podem acarretar muitos sentimentos e pensamentos acerca da incerteza do futuro e da qualidade de vida.

Algumas pesquisas apontam que a ansiedade e a depressão são os problemas psicológicos mais comuns entre os pacientes com câncer. Contudo, as reações expressas frente ao adoecimento e tratamento são individuais, variando de pessoas para pessoa.

Por que procurar um psicólogo?

No momento do diagnóstico, o paciente vê sua vida tomando um caminho diferente de tudo aquilo que um dia ele pensou em viver, pois a doença pode gerar mudanças importantes na sua rotina diária, familiar, profissional e social. Ele pode apresentar baixa autoestima, com perda do controle sobre sua vida, sentir medo do tratamento, da morte, de ser dependente, de ser abandonado, pode sentir raiva, culpa e até isolar-se. É um processo de luto que este irá vivenciar.

Com o apoio psicológico, o paciente tem maiores chances de manter o bem-estar emocional, de identificar e compreender melhor os fatores psicológicos que podem interferir em sua saúde.

O profissional buscará prevenir e reduzir os sintomas emocionais e físicos causados pelo câncer e seu tratamento, auxiliando o paciente na busca de um significado para todo o processo que ele está vivendo.

Estar informado sobre sua condição!

É natural quando recebemos um diagnóstico e principalmente em casos de Câncer nos defendermos da situação em que estamos e dos nossos sentimentos e emoções. Por mais difícil que seja o enfrentamento de um diagnóstico desse tipo, o que mais facilita o enfrentamento nesse momento é possuirmos informações acerca da nossa real condição, os tipos de tratamento, enfim tudo o que iremos enfrentar a partir disso. Quando temos informação, sabemos o caminho que iremos percorrer e isso facilita o processo de aceitação do tratamento e do foco que será necessário. Quanto mais informações temos, entendemos que cada diagnóstico é diferente e que cada pessoa tem sua experiência, e isso é muito importante para não nos compararmos a outras pessoas, pois isso acontece muitas vezes de uma forma negativa e prejudicial para a saúde mental.

Rede de Apoio!

Em situação de um diagnóstico de Câncer o paciente se apresenta muito frágil emocionalmente e a rede de apoio nesse momento é fundamental para que o mesmo se sinta acolhido para viver esse momento tão difícil. E como ser uma rede de apoio nesse momento? É fundamental que as pessoas que estiverem fazendo parte dessa rede sejam ótimos ouvintes, pois terão que ter uma escuta acolhedora sem quaisquer julgamentos, tenham sensibilidade nesse momento e nunca em hipótese alguma tragam falas que possam diminuir a dor que esta pessoa está sentindo ou fingir que nada está acontecendo. Sendo assim acolher a dor, demonstrar apoio, apresentar opções de adaptações que talvez sejam necessárias, se fazer e estar presente nas consultas e durante o tratamento, minimizam a sensação de solidão de quem está vivendo a doença.

Ofereça ajuda!

Normalmente, a pessoa em tratamento quer continuar se sentindo ativa, mas pode estar debilitada e muitas vezes não conseguir realizar sozinha as tarefas diárias que antes fazia habitualmente. Esteja de prontidão para ajudar nisso, mas antes pergunte qual a melhor forma de ajudar, se ofereça para fazer as compras do dia a dia, cozinhar, lavar a louça, brincar e cuidar das crianças e outras tarefas que fazem parte de sua rotina.

Encarar a queda de cabelo com naturalidade!

O efeito colateral mais conhecido da quimioterapia é a alopecia que tem um efeito psicológico bem forte, especialmente nas mulheres. Se tiver intimidade, você pode se oferecer para ajudá-la a escolher lenços coloridos ou perucas. Mostrar as opções que existem de adaptações para esse momento é muito importantes.

Convidar para um passeio!

Os efeitos colaterais da quimioterapia são muitos e podem afetar o apetite e ânimo da pessoa em tratamento. Convide-a para fazer coisas que gosta e se distrair. Sobretudo, esteja perto. A sua companhia é valiosa.

Não esqueça de você!

E por último não esqueça de você e do que está sentindo em relação a quem está sofrendo, se cuide, procure ajuda para lidar com esse momento para que você consiga ter estrutura emocional para ser o apoio que o outro precisa, mas lembre-se a pessoa ideal para te ouvir nesse momento não é a que está sofrendo, portanto não divida com ela sobre como se sente, mas divida com alguém que está fora dessa dor.